A necessidade, neste momento político impar pelo qual passa a nação, em especial o momento em que vive os modelos partidários, torna-se necessário a experiência e os ensinamentos adquiridos pelos camaradas que efetivamente puseram em prática o modelo, por nós endossado, de organização de massas. Trago à discussão trechos de uma obra básica que considero adequada e de relevante expressão para orientar uma organização política partidária.
Começamos:
"A força do povo e as suas capacidades criadoras multiplicam-se quando têm um guia, o partido revolucionário, que conhece as leis do desenvolvimento da sociedade." Os trabalhadores conscientes sabem que não precisam de um partido de reformas, mas sim de um partido de ação revolucionária. Devemos esclarecer à classe trabalhadora o seu verdadeiro papel na sociedade como criadores de todos os seus valores materiais e, em, parte considerável, dos valores espirituais, como criadores do processo histórico, armá-los com o conhecimento das leis da luta de classes, formar a consciência e a organização na sua luta espontânea e, frequentemente, dispersa e espraiar este conhecimento por todos os recantos do Brasil.
Para cumprir esta tarefa, devemos demonstrar, que é realmente a vanguarda da classe trabalhadora, ou seja, o seu destacamento mais consciente e organizado que está à frente da classe trabalhadora na sua luta revolucionária de classe. É fácil declarar-se vanguarda. Mas muitos esforços, energias e abnegação devem ser empregado pelas coordenações de nossa tendência para que os trabalhadores, os transformadores sociais enxergue nela a sua vanguarda, a sua dirigente. A criação de uma sociedade sem classes, sem exploração, não resulta do desenvolvimento espontâneo, mas da atividade consciente dos homens e mulheres dirigida pelo partido e suas tendências internas.
Quando da fundação do partido dos bolcheviques (comunista), Lénin lutou, decisivamente, para que o partido fosse uma organização unida ao máximo, respondesse por cada um de seus membros e, por sua vez, cada membro do partido respondesse perante o partido, trabalhasse numa das suas organizações e sob o seu controle. Manifestaram-se então contra isto todas as correntes oportunistas representadas no Congresso, correntes que constituíram o núcleo do menchevismo, a social-democracia de modelo ocidental. Já então, lutando contra a idéia leninista sobre a unidade orgânica do partido, os mencheviques avançaram com os mesmos argumentos que utilizam os oportunistas de hoje. Afirmam que a disciplina rigorosa, a submissão da minoria à maioria, o caráter obrigatório das resoluções dos organismos superiores do partido para todas as suas organizações e membros afetam a autonomia das organizações, a democracia e a liberdade pessoal do membro do partido. O oportunista brinca ao revolucionário à vontade, se isto não lhe impõe obrigações ou restrições. Sim, o partido e suas tendências internas são uma união voluntária, mas os seus membros assumem voluntariamente determinados deveres e, entre eles, o dever de respeitar as exigências do Programa e os Estatutos do partido e da tendência a qual pertence. Os Estatutos definem os princípios da estrutura do partido e o mesmo vale para a nossa tendência, as normas de sua vida interna, os métodos de atividade das organizações do partido, os direitos e os deveres de comunistas, incluindo o dever de cumprir com precisão e rapidez as resoluções dos organismos do partido. E é assim também que deve funcionar.
Poderia ser membro do PCUS todo o cidadão da União Soviética que aceitava o programa e os Estatutos do partido, que participe ativamente na construção do comunismo, milite numa das organizações do partido, cumpra as decisões do partido e pague a cota estabelecida.
A definição de filiação no partido foi apresentada por Lénin já no II Congresso do partido. O famoso parágrafo I dos Estatutos formulado por Lénin dizia: "Considera-se membro do partido todo aquele que aceite o seu programa e ajude o partido tanto com recursos materiais, como participando pessoalmente numa das suas organizações". Para ser comunista não basta, evidentemente, declarar aceitar o Programa do Partido. As palavras e os atos de um autêntico comunista não devem discordar. Tendo aceitado o programa do partido, ele é obrigado a lutar pela sua concretização. É isto que prevê a Segunda condição leninista: pode ser membro do partido aquele que milite numa das suas organizações e se subordine às suas decisões.
Este ponto dos Estatutos sublinha que o membro do partido é, antes de mais, um combatente sempre pronto a cumprir qualquer tarefa da sua organização.
A terceira condição: a ajuda com recursos materiais, é tão obrigatória como as duas primeiras. O partido comunista é uma organização voluntária, na qual todos os membros participam em conjunto em todos os seus feitos. Os fundos do partido provêm principalmente da cotização dos seus membros e, cada comunista, pagando pessoalmente a sua cota ajuda assim o partido. O pagamento das cotas é uma questão de princípio, apesar de ser a obrigação mais simples do comunista. Ora, se cumprir com negligência esta obrigação, não haverá certeza de que cumprirá, devidamente, qualquer tarefa mais complexa. Na URSS as cotas mensais dependiam do salário.O caso do comunista, que não pagava as cotas sem justa causa no decurso de três meses, examinava-se na organização de base. Se evidenciava-se, que o comunista praticamente perdera a ligação com a organização do partido, era considerado desfiliado do partido.
O nível ideológico do homem e da mulher verifica-se pelos seus atos, não pela sua capacidade de fundamentar teoricamente o princípio de que os interesses sociais devem estar acima dos pessoais, mas pela aplicação deste princípio na prática." https://www.marxists.org/portugues/tematica/livros/historia/index.htm