14 agosto, 2009

Marina seria um raio de sol, afirma sociólogo Francisco de Oliveira

A eventual candidatura de Marina Silva à Presidência da República seria "um raio de sol" na política brasileira, afirma o economista e sociólogo Francisco de Oliveira.

Um dos intelectuais mais importantes do PT, Oliveira rompeu com o partido logo no início do primeiro governo Lula, em 2003. Atualmente, está filiado ao PSOL. Questionado sobre a possível candidatura de Heloísa Helena, respondeu: "Quem disse que ela será candidata? Meu voto é soberano. Vou utilizá-lo para abrir brechas nesse sistema quase oligárquico que está se estabelecendo entre PT e PSDB."

Oliveira diz também que a candidatura de Marina, que analisa um convite do PV para disputar a Presidência, "abre uma clareira" para que vozes diferentes possam se manifestar. "Não sou Serra nem Dilma. A candidatura possível de Marina alerta para isso. É preciso romper com essa carapaça em que está se transformando a política brasileira."

Ele compara a atual divisão entre os dois partidos à divisão entre liberais e conservadores no Império, cuja herança teria sido a fraqueza do Estado brasileiro até 1930. "Os dois partidos não rompiam a casca dos problemas, não davam o passo adiante", afirma Oliveira, sugerindo que esse modelo está em vias de se repetir. Outra consequência teria sido o atraso na implantação das universidades no país: "A universidade brasileira é da década de 1930. É, nesse sentido, o país mais tardio nas Américas."

Sobre a crise no Senado, Oliveira recorre ao futebol: "O governo Lula, em termos futebolísticos, que são tão caros ao presidente, não entra em bola dividida. Está empurrando a crise institucional do Senado com a barriga." O economista e sociólogo afirma que, no atual processo de desgaste, "todos perdem, e o governo Lula perde mais do que pensa". Quanto aos escândalos, ressalta: "Estão se concentrando em figuras que não merecem o Senado. A culpa é dos senadores, não das instituições."

"Muitas pessoas acham o Senado supérfluo, que bastaria um Congresso unicameral. Isso é coisa de paulista. Ele é importante para os Estados que não têm poder econômico", conclui.

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