No extremo norte deste país continental, tive a feliz oportunidade de presenciar uma das campanhas eleitorais mais vibrantes que já vi. O sol reinava nas ruas quando chegou a triste notícia: o estandarte mais visível da democracia em Macapá fora destruído, um atentado brutal ao direito à cidadania.
Não pude deixar de sentir empatia por um povo que respirava a possibilidade de romper com anos de divisão entre liberdade e autoritarismo — a mesma que avôs e pais mantiveram viva, enfrentando os tempos sombrios para garantir um futuro de dignidade. Muitos defenderam a democracia e as liberdades; muitos tentaram sustentar o clientelismo e a corrupção de um estado ainda sob o domínio de um senhor.
De um lado, o senhor do Amapá, um certo senador, viu-se atônito diante da mobilização popular. Foi preciso sair de seu castelo para tentar comprar o direito daqueles que sonhavam com um futuro melhor. A cada bandeira da liberdade, uma pilha de dinheiro; a cada esperança, uma tentativa de silenciar.
A força totalitária não poupou esforços: máquina pública, poderes reinantes, todos mobilizados para conter uma coluna que marchava firme rumo à liberdade. A coerção era visível, aviltante, sem escrúpulo algum.
No outro lado, a força do povo. Nas ruas e comícios, germinava uma semente de esperança. Crianças, homens e mulheres sabiam que ali se escrevia uma nova página da história. A mudança podia ser vista nos rostos jovens, iluminados pelo amarelo da esperança refletindo os dias de sol.
Homens e mulheres, crianças e idosos, todos que acreditaram na transformação, mostraram que é possível resistir. Os senhores do poder podem comprar votos e bandeiras, mas jamais nossa consciência ou nossa liberdade. Porque somos socialistas. Porque somos livres.