26 novembro, 2008

Guerra Civil Colombiana


A guerra civil na Colômbia permanece desconhecida pelo povo brasileiro, apesar das trágicas conseqüências para a população deste país nos últimos 50 anos. Tratada pela imprensa nacional e internacional como uma questão de ordem policial, a luta é descrita como um duelo entre o estado colombiano e um grupo de guerrilheiros envolvidos com o narcotráfico. Essa versão simplista do conflito deixa de lado uma série de elementos que são indispensáveis para entender a problemática.


Historicamente, o nascimento da guerrilha aconteceu muito antes de a Colômbia surgir como grande produtora de pasta de coca e formar grandes cartéis de narcotraficantes. Esses criminosos aparecem mais tarde, quando a oligarquia colombiana não tinha mais forças para derrotar a guerrilha pelos meios convencionais, forças policiais e militares ligadas ao estado colombiano, a elite sim, viu na atividade ilegal do narcotráfico o meio de financiar a organização de tropas irregulares (verdadeiros exércitos privados), mais conhecidos como grupos paramilitares, famosos pela forma extremamente violenta que agem contra a população.


No cenário da guerra civil colombiana, estão unidos em uma grande aliança o grosso das classes dominantes locais (latifundiários, empresários dos mais diversos setores, representantes do capital internacional), seguimentos das camadas médias urbanas, militares, políticos, paramilitares e narcotraficantes. Sobre o atual presidente Álvaro Uríbe, pesam fortes suspeitas de envolvimento com o narcotráfico, em especial com o grande chefe do cartel de Medellín, Pablo Escobar, morto em 1993, e com os grupos paramilitares de extrema direita.

Do outro lado deste conflito estão as guerrilhas, com ideologias de esquerda, e, com apoio da maioria das periferias das cidades, camponeses pobres e povos da floresta. É imperativo que tenhamos uma visão critica, mas ao mesmo tempo real desta guerra que se trava ao nosso lado, porque o que parece, é que nossos meios de comunicação, tão atrelados ao capital internacional, não querem assim. Na Colômbia nossos irmãos latinos estão vivendo um estado de guerra, essa é a verdade.
Acrizio Galdez é formado em ciências políticas pela Univercidad de La Generalitad de Catalunia

05 novembro, 2008

20 anos da Constituição

05 de novembro de 2008, o Congresso reuniu-se para comemorar os 20 anos da promulgação da oitava Constituição brasileira. Como tudo no Brasil acontece com atraso, à comemoração não podia deixar por menos, se realizou um mês após ao aniversário. Só para relembrar, a Constituição Federal foi promulgada em 05 de outubro de 1988.
O ano de 1988 foi o ano que antecedeu a queda do muro de Berlim, marco da derrocada dos países socialistas. No Brasil ressurgiam as esperanças, brotavam as incertezas, para uma geração que como as que me antecederam aspiravam por um país livre e soberano, mas sem muitas expectativas, pois o fato de a Assembléia Nacional Constituinte não ter sido eleita por representantes determinados para esse fim.
A fórmula mágica, e do acordo das elites determinaram delegar-se, temporariamente, poderes constituintes ao Congresso Nacional, com a participação de Senadores biônicos. Num esforço extraordinário, a grande meta era implantar um Estado Democrático, após 25 anos de regime militar e quase 12 de abertura lenta e gradual.
E um texto extenso, detalhista - apelidado de "constituição cidadã" - uma considerável dose de utopismo, bem intencionado, porém delirante, mas que demonstrou a virtude de espelhar a reconquista das liberdades públicas, superando o viés autoritário que se impusera ao País.
Num ambiente heterogêneo surge o novo texto constitucional, em clima de apoteose cívica, marcada por um conjunto de interesses da sociedade, que resultou em projeto que predominava o corporativismo, o ideal socialista, o estatismo, o paternalismo, o assistencialismo, e o fiscalismo.
Vinte anos passaram, 56 emendas alteraram a magna carta, mais de duas por ano. Uma constituição construída sob o argumento que deveria ter programas para ser mais efetiva possível. Oxalá ao ser alterado, a carta de outubro de 1988, tivesse sido implantada, garantindo a verdadeira cidadania que fora propagada em sua promulgação, principalmente o que diz em seu artigo 6º. – São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção a maternidade a infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. Aliás, esta parte teve de ser emendada. Vivemos um grande dilema, falta aplicabilidade a constituição cidadã.

     Esta bandeira também é minha porque Sepé Tiarajú defendeu seu povo contra a colonização dos espanhóis e portugueses;      Esta bandeira...