
Escrevi este texto em 2010, quando tive a oportunidade de conviver com essa pessoa incrível e empolgante.
Plínio e a História!
Hoje tive a felicidade de conversar com Plínio de Arruda Sampaio, e resolvi escrever o quanto de carisma tem esta figura tão importante na construção do socialismo no Brasil.
- Bom dia seu Plínio.
Ele rapidamente respondeu: "que história é essa de seu Plínio, companheiro. É Plínio", afirma.
No trajeto do hotel para o aeroporto, ele narrou umas das tantas passagens de sua longa vida. Passando pelo eixão, uma das rodovias de Brasília, ele comenta: "Brasília está diferente, naquele tempo por aqui não tinha nenhuma árvore, aponta ele para uma das tesourinhas (os cruzamentos aqui em Brasília) e comenta: numa dessas entradas, havia um tanque estacionado, foi em 1964, quando eu era deputado federal."
E continuou a narrar os fatos:" Para sair de Brasília, com o cerco dos milicos, precisava de amigos. O s companheiros do Partido Comunista, me ajudaram a fugir da cidade. Fomos para Goiânia, mas no caminho havia um barreira da polícia militar. Os milicos pediram para parar carro; nós todos estávamos nervosos, quando de repente um dos policiais pede nossa identificação; um deles nos reconhece e fala em voz alta para o sargento: 'tudo bem aqui'. E fomos liberados. Nunca mais vi aquele rapaz."
Plínio ainda relembra o pedido do companheiro do Partido Comunista após passarem pela barreira policia: "Vocês, que são beatos, rezem uma Ave Maria."
Ao chegarmos ao aeroporto, o companheiro Plínio desembarca do carro e se dirige ao balcão da companhia aérea, acompanhado de outro companheiro que nos acompanhava.
No retorno do companheiro ao carro perguntei: porque você não acompanhou o Plíno até o embarque?
Ele me respondeu, com as palavras de Plínio: "Não precisa me acompanhar. Vão achar que eu sou um velho."