Ele foi um grande líder, que lutou incessantemente pelos princípios de liberdade, igualdade e direitos civis nos Estados Unidos. Pelo seu combate pacífico contra o preconceito racial, recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Mas sua trajetória foi breve: foi assassinado por um branco segregacionista aos 39 anos.
O movimento começou com Rosa Parks, passageira que se recusou a ceder seu lugar no ônibus a um branco e foi presa por desacato às leis segregacionistas. A luta de Martin Luther King pelos direitos civis teve início no episódio conhecido como “Milagre de Montgomery”, em 1955. Como presidente da Associação de Melhoramento de Montgomery, King liderou, junto com a comunidade, um boicote às empresas de ônibus da cidade. O ato discriminatório contra Parks trouxe a questão racial ao debate nacional, e o movimento durou um ano, pressionando o Estado a abolir a segregação nos transportes públicos — decisão confirmada pela Suprema Corte Americana.
Em seguida, King liderou uma série de protestos em diversas cidades contra a segregação racial em espaços públicos. Na década de 1960, os negros conquistaram acesso a bibliotecas, parques e lanchonetes. Na mesma época, os EUA enfrentavam lutas de classe, greves e conflitos militares no mundo inteiro, mas a causa de King se destacou pelo combate pacífico ao racismo.
A Marcha para Washington
Em 1963, Martin Luther King liderou a Marcha para Washington, reunindo mais de 200 mil pessoas em um movimento pelo fim da segregação racial. Na ocasião, proferiu o célebre discurso “Eu tenho um sonho”, clamando por uma sociedade de liberdade e igualdade.
Aos 35 anos, King recebeu o Nobel da Paz, sendo o mais jovem ganhador do prêmio. Sua luta pela não-violência se deu por meio de resistência firme, mas pacífica. Ainda assim, enfrentou prisões, críticas duras e ameaças constantes.
A batalha pelos direitos civis avançou com a aprovação da Lei dos Direitos Civis, em 1964, garantindo igualdade de direitos, seguida da Lei dos Direitos de Voto, em 1965. King também lutou por oportunidades de emprego para os pobres e, em 1967, uniu-se ao movimento contra a Guerra do Vietnã.
Assassinato e Legado
Martin Luther King foi assassinado em 4 de abril de 1968, em Memphis. Sua luta, no entanto, marcou a história da humanidade e influenciou o fim do Apartheid na África do Sul. Seu legado permitiu que, na primeira década do século XXI, o mundo testemunhasse a eleição do primeiro presidente negro dos Estados Unidos, Barack Obama.
Temos um sonho — e a luta continua!
No Brasil e no mundo, manifestações de racismo persistem, com crimes bárbaros motivados pela questão racial. Segundo o Mapa da Violência 2011 – Os Jovens do Brasil, jovens negros, especialmente homens, estão entre as principais vítimas de mortes violentas, evidenciando o componente racial dessas tragédias.
Fundação Palmares
No Brasil, a Fundação Cultural Palmares tem como missão combater o racismo e promover políticas afirmativas que valorizem a cultura negra. Com o Estatuto da Igualdade Racial e ações integradas com órgãos governamentais e sociedade civil, busca fortalecer a identidade dos afrodescendentes no país e no mundo. Neste ano, em menção internacional aos Povos Afrodescendentes, Luther King inspira o combate contra a discriminação.
Violência racial é violação de direitos humanos. A luta pela igualdade e liberdade não pode parar!
Perfil de Martin Luther King
Martin Luther King nasceu em 15 de janeiro de 1929, em Atlanta, no sul dos Estados Unidos, região marcada pelo segregacionismo. Filho e neto de pastores, cresceu em um ambiente de fortes convicções políticas e religiosas, tornando-se pastor batista aos 19 anos. Formou-se em teologia pelo Seminário Teológico Crozer e, em 1955, concluiu o doutorado em filosofia pela Universidade de Boston.
Defensor da paz e da não-violência, King foi inspirado pelas ideias do líder indiano Mahatma Gandhi e dedicou sua vida à luta contra a discriminação racial e pela justiça social.