O Partido dos Trabalhadores realizou seu Congresso neste final de semana (01/09/2007), mas, aparentemente, nada mudou. As bases, tão valorizadas pelo presidente Lula, mais uma vez parecem ter sido manipuladas pela direção petista, liderada pelo próprio comandante do partido. O destaque acabou ficando por conta do subcomandante, que atuou nos bastidores, demonstrando sua influência mesmo enquanto figura no banco dos réus.
O debate mais acalorado no congresso foi a busca pelo poder. A principal questão discutida parecia ser a fórmula de como se perpetuar no comando do partido. Uma das estratégias apontadas teria sido ceder espaços para partidos aliados, menos éticos que o PT, mas úteis para manter o governo a partir de 2011.
O poder a qualquer custo, como se sabe, custa caro. Surpreende ainda mais a afirmação do presidente Lula de que o PT é o partido mais ético de todos e que ele não percebeu irregularidades. Essa soberba contrasta com os escândalos que mancharam a reputação do partido, incluindo o mensalão, no qual sonhos de milhares de brasileiros foram negociados em nome do poder.
Outro ponto discutido foi a criação de uma corregedoria do PT. Surge então a pergunta: se o partido é tão ético, por que precisa de uma corregedoria? Se deputados envolvidos em irregularidades foram enquadrados pela Câmara e réus pelo STF por crimes como formação de quadrilha e peculato, o que mais seria necessário para demonstrar falta de ética? Para o PT, aparentemente, nada disso importa, pois se consideram intocáveis.